quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Oficina Som e sentido, Professor Elias Guerra

LOC 1: Olá. Eu sou a Lidy Barbosa.
LOC 2: Eu sou o Lucas Emmanuel.
LOC 1: No Som e Sentido de hoje vamos falar sobre o sentido do som na biografia musical de...
SONORA 1: Meu nome é Tatá Marinho. Na verdade é Tamira Marinho [...] trabalho na Rádio UFMG Educativa há dois anos.
LOC 2: E vamos começar falando sobre a infância da entrevistada. Ela nos conta que o som tem muito a ver com sua infância, mas não se lembra exatamente da primeira vez que ouviu rádio.

SONORA 2: Eu ficava muito em casa, é, assim, quando não tava estudando, né? E o rádio sempre tava ligado.

SONORA 3: Ou a televisão. É, meus pais sempre gostaram de ouvir [...] tem muito a ver pra mim com o rádio.

LOC 1: Tatá também não consegue se lembrar de uma música que a tenha marcado quando criança, mas revela seu primeiro contato memorável com o som.

SONORA 4: Eu lembro que eu ganhei um LP [...] E foi o primeiro disco que eu ganhei e isso me marcou um pouco.

LOC 2: Durante sua adolescência, Tamira diz ter gostado de ouvir pop-rock e de shows no Mineirão.
Mas, segundo ela, à medida que crescia, seu gosto musical mudava.
Afirmou também que, quando mais madura, começou a pensar em qual profissão seguir e que novamente suas lembranças musicais a influenciaram.

SONORA 5: É, tem uma história até engraçada [...] quando eu entrei no ensino médio.

LOC 1: Uma vez dentro da faculdade, Tatá seguiu a área da Comunicação. Durante seu curso, entrou como voluntária na Rádio UFMG Educativa no programa “Pílula Pop”.
SONORA 6: Ele falava no universo pop [...] duas mulheres e dois homens.

LOC 2: A partir disso, Tamira recorda como foi seu primeiro dia na rádio:

SONORA 7: E aí a primeira vez que eu falei [...] eu achei infantil e não gostava de nada.

LOC 1: A entrevistada diz ter ido se acostumando com o tempo, até que se tornou produtora e começou a trabalhar na programação principal.

SONORA 8: E eventualmente eu tive que substituir [...] um pouco mais de contato com a rádio.


LOC 2: Ao contar que seus pais também costumavam ouvir rádio e que isso influenciou em sua escolha profissional, Tatá Marinho falou da dimensão do som em sua vida.

SONORA 9: Ocupa muita coisa na minha vida. O som tem... é muito importante.

LOC 1: E acrescentou:
SONORA 10: Eu, por exemplo, gosto mais de ouvir do que ver. [...] Eu dou muita importância para ele.

LOC 2: Quando questionada se tinha um sentimento de realização naquele momento, a entrevistada disse estar muito feliz em trabalhar com rádio, mas não sabia se queria seguir esse caminho durante toda a sua vida.

SONORA 11: Mas eu sei que [...] é muito legal, muito legal.

LOC 1: Para concluir nossa entrevista, perguntamos para Tatá Marinho se alguma música havia marcado a sua vida, se existia um som que resumisse suas experiências ou que ela poderia afirmar “essa é a minha música”.

SONORA 12: Eu acho esse negócio de música [...] essa música é minha favorita de todas.

LOC 2: Agora vamos finalizar com “For No One”, uma música dos Beatles na voz de Caetano Veloso.

LOC 1: Este programa foi produzido para a disciplina Som e Sentido, do professor Elias Santos.

LOC 2: E teve redação de Lucas Emmanuel, Lidi Barbosa, Luís Afonso, Luana Assis e Luana Moreira.

LOC 1: Apresentação: Lidi Barbosa...

LOC 2: ... e Lucas Emmanuel. Com técnica de Gilberto Correia.

[tec] BG: sobe e desce
00:02 Começa: Olá. Eu sou a...
00:05 Termina: Lidy Barbosa.
[tec] BG: sobe e desce
00:07 Começa: Eu sou o...
00:09 Termina: Lucas Emmanuel
[tec] BG: sobe e desce
00:11 Começa: No som e sentido...
00:16 Termina: biografia musical de...
00:17 Começa: Meu nome é...
00:29 Termina: há dois anos.
[tec] BG: sobe e desce
00:30 Começa: E vamos começar...
00: 41 Termina: ouviu rádio.
00:41 Começa: Eu ficava muito em casa...
00:47 Termina: sempre tava ligado.
[tec] Som: rádio analógico 1
00:51 Começa: Ou a televisão...
00:59 Termina: pra mim com o rádio.
[tec] Som: rádio analógico 2
01:04 Começa: Tatá também não consegue se lembrar...
01:12 Termina: contato memorável com o som.
01:12 Começa: Eu lembro que eu ganhei um LP...
01:21 Termina: isso me marcou um pouco.
[tec] Música: Vou de Táxi – Angélica
01:39 Começa: Durante sua adolescência...
01:45 Termina: shows no Mineirão.
[tec] Música: Natasha – Capital Inicial
01:51 Começa: Mas, segundo ela, à medida que crescia...
02:05 Termina: lembranças musicais a influenciaram.
02:05 Começa: É, tem uma história até engraçada...
02:51 Termina: quando eu entrei no ensino médio.
02:51 Começa: Uma vez dentro da faculdade...
03:03 Termina: no programa “Pílula Pop”.
[tec] Som: vinheta do “Pílula Pop”
03:11 Começa: Ele falava no universo  pop...
03:14 Termina: duas mulheres e dois homens.
[tec] BG: sobe e desce
03:16 Começa: A partir disso...
03:20 Termina: primeiro dia na rádio.
03:20 Começa: E aí a primeira vez que eu falei...
03:29 Termina: pela primeira vez eu achei horrível.
[tec] Som: risada 1
03:32 Começa: Eu achei infantil...
03:35 Termina: e não gostava de nada.
[tec] Som: risada 2
03:36 Começa: A entrevistada diz...
03:44 Termina: trabalhar na programação principal.
03:44 Começa: E eventualmente eu tive que substituir...
04:00 Termina: um pouco mais de contato com a rádio.
04:00 Começa: Ao contar que seus pais...
04:10 Termina: falou da dimensão do som em sua vida.
04:10 Começa: Ocupa muita coisa na minha vida...
04:14 Termina: O som tem... é muito importante.
[tec] Som: ruído
04:17 Começa: E...
04:18 Termina: acrescentou.
04:18 Começa: Eu, por exemplo, gosto mais de ouvir do que ver...
05:18 Termina: Eu dou muita importância para ele.
[tec] BG: sobe e desce
05:19 Começa: Quando questionada se tinha um sentimento...
05:31 Termina: caminho durante toda a sua vida.
[tec] BG 2: inicia e se mantém
05:31 Começa: Mas eu sei que...
05:46 Termina: é muito legal, muito legal.
[tec] BG 2: sobe e encerra
[tec] BG 3: sobe e se mantém
05:49 Começa: Para concluir nossa entrevista, perguntamos...
06:03 Termina: poderia afirmar “essa é a minha música”.
06:03 Começa: Eu acho esse negócio de música...
 [tec] Música: For No One – Caetano Veloso
06:49 Termina: essa música é minha favorita de todas.
06:50 Começa: Agora vamos finalizar com “For No One”...
06:55 Termina: uma música dos Beatles na voz de Caetano Veloso.
[tec] Música: For No One – Caetano Veloso sobe e desce
08:03 Começa: Este programa foi produzido...
08:08 Termina: do professor Elias Santos.
08:09 Começa: E teve redação de Lucas Emmanuel...
08:16 Termina: e Luana Moreira.
08:16 Começa: Apresentação...
08:19 Termina: Lidy Babosa.
08:19 Começa: e Lucas Emmanuel...
08:22 Termina: com técnica de Gilberto Correia.
[tec] Música: For No One – Caetano Veloso sobe e encerra

Análise Semiótica da capa da revista Veja, edição 2169 de 16 de Junho de 2010

Diversos componentes sígnicos foram usados na diagramação da capa da revista Veja, edição 2169 de 16 de Junho de 2010 ( ANEXO 1).
Analisando primeiramente um dos aspectos que fundamentam o signo, o qualissigno, mera qualidade, verifica-se a presença de formas significativas, como a da faixa que está sendo desenrolada pelos três candidatos, que juntas constituem uma forma similar à da silueta da faixa entregue aos presidentes da república, isso faz com que se inicie na mente do leitor, uma cadeia associativa de significados.
A materialização dessas formas e de todos os signos existentes na capa da revista, feita com o uso de tintas e outros recursos existentes, constitui o que se conhece como signo de uma existência singular e real, o sinsigo.
Partindo-se para os signos fundamentados por leis ou convenções chega-se ao legissigno, que no caso da capa em questão se manifesta na formação de um alicerce para a utilização de signos, tais como o brasão das armas, que se não fosse subsidiado por uma lei, não faria sentido na capa da revista. O mesmo se aplica à utilização das cores das faixas que só fazem sentido devido à alusão convencionada que fazem ao país.
O tema abordado na capa está inserido no contexto das eleições presidenciais brasileiras que estão marcadas para o mês de outubro desse ano, e esse é o objeto dinâmico da capa da revista, ou seja, é o objeto representado, o objeto que é abordado na reportagem. Essa constatação foi possibilitada por meio da análise de aspectos textuais e não textuais.
Já o objeto imediato do signo é a  maneira como o objeto dinâmico é representado. Nesse caso o objeto dinâmico principal da capa da revista é a eleição presidencial brasileira, como já foi explicado anteriormente, e os modos com que a eleição é representada, ou seja, os objetos imediatos, são diversos: desenhos e suas respectivas aparências, pequenos textos com suas palavras e seus significados estabelecidos por convenções, as cores, dentre outros.
Os elementos textuais, ou seja, as palavras presentes na capa formaram uma sequência linear e irreversível de signos, o que constitui um sintagma. O autor das frases possuía, sem dúvidas, um repertório de signos para serem usados na reportagem, mas por algum motivo especial, que pode estar incluído em uma finalidade persuasiva, comunicativa ou instigativa, ele escolheu as palavras apresentadas na capa. Essas diversas opções de palavras de que o autor dispunha são conhecidas semioticamente por paradigmas.
Por os cidadãos brasileiros estarem vivendo um ano eleitoral, o autor explora o objeto da matéria- as eleições, sintetizadas pela presença de caricaturas dos três candidatos que têm maior intenção de voto registrada- de maneira que o interpretante criado na mente do leitor, pelo signo usado, o remeta ao contexto político do país e principalmente ao acirrado ranking de intenções de votos destacado na capa da revista.
Marina Silva, Dilma Rousseff e José Serra, os três candidatos mais expressivos nas eleições presidenciáveis de 2010 no Brasil, foram representados por signos textuais- seus nomes estão escritos na capa- e também por ícones imagéticos, ou seja,  ícones que estabelecem relações de semelhança com seu objeto no nível da aparência.
Os ícones utilizados são caricaturas dos candidatos.  A disposição desses ícones  funciona como indício da posição real dos candidados na disputa pelo Planalto Central, pois José Serra e Dilma estão colocados lado a lado no desenho e nas pesquisas de intenção de voto eles estão praticamente empatados, segundo a reportagem da revista Veja analisada.
Essa não aleatoriedade na colocação dos ícones caricatos dos candidados se apresenta como rema, ou seja, como a possibilidade de ser algo, que só se confirma com a leitura da reportagem, ou se o leitor dispuser de outras fontes de informação que o permita saber a posição ocupada por cada pretendente no ranking dos presidenciáveis.
É importante perceber que os aspirantes à presidência foram representados desenrolando uma faixa verde ou amarela, que são símbolos convencionalmente estabelecidos e fundamentados para se remeterem ao Brasil por estarem presentes na bandeira nacional do país e serem asseguradas pela constituição brasileira de 1988. Na bandeira as  cores verde e amarelo também foram convencionadas para fazerem alusão, respectivamente, às matas que dominam grande parte do território brasileiro e ao sol que ilumina a terra dos tupi-guarani.
Outro símbolo de significativa expressão é o brasão de armas da república, um emblema estabelecido pela constituição nacional como uma referência aos poderes da república. Essa insígnia, colocada acima da caricatura dos candidatos, elucida por qual poder os três candidatos estão em disputa: o da presidência da república. Além do fato de que sua posição, sobreposta às faixas verde e amarela desenroladas pelos candidatos, funciona com um indício de que essa faixa representada na capa da revista e construída pela junção das três faixas dos candidatos, constitui o que é verdadeiramente a faixa que será entregue àquele que vencer as eleições seguindo uma tradição secular brasileira.
Os paradigmas da imagem também exerceram um papel importante na formação da capa da revista analisada.
Percebe-se que os ícones que representam os candidatos foram produzidos através de foto manipulação computacional, ou seja, baseado em uma fotografia( paradigma fotográfico) de cada candidato, o autor das imagens, faz um recorte do rosto de cada um e os recoloca sobre um corpo feito através de computação gráfica para fazer uma alusão a cada um dos presidenciáveis sem necessariamente incluir a foto de cada um deles. O que, de certa forma, torna a capa da revista mais irreverente e instigante.
Por fim pode-se afirmar que os elementos semióticos presentes na capa da revista são inúmeros e imprescindíveis ao sucesso da transmissão de mensagens entre o autor e o leitor.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COELHO, J. Teixeira. Semiótica, informação e comunicação. São Paulo: Perspectiva, 1983. 222p. (Coleção debates;168).
REVISTA VEJA. São Paulo: Abril, 16 junho ,2010. ISSN. 2169.Disponível em <http://veja.abril.com.br/>.Acesso em 24 jun.2010.
SANTAELLA, Lúcia. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1998.221 p.
SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 10. ed. São Paulo: Brasiliense, 1992. 84 p.
SANTAELLA, Lúcia. Os três paradigmas da imagem. In:NÖTH, Winfried;1998.


A natureza do interacionismo simbólico. Herbert Blumer

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - FAFICH
TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
PROFESSORA: MÍRIAN CHRYSTUS
ALUNA: LUANA ASSIS
BLUMER, Herbert. A natureza do interacionismo simbólico. Symbolic Interactionism: Perspective and method, 1969.

Inicialmente o autor traz as bases do interacionismo simbólico, contidas em três premissas básicas, a primeira diz respeito ao fato de os seres humanos agem em relação ao mundo baseando-se nos significados que este lhes oferece. A segunda estabelece que os significados são provenientes da interação social que se mantem com o mundo.             E a terceira diz que esses significados são manipulados por um processo interpretativo.
Com isso Blumer deixa claro sua discordância com os modos de pensar das ciências sociais e da psicologia no que se refere a análise do comportamento humano em relação ao mundo que o rodeia. Para ele os cientistas políticos e psicólogos reduzem a função do homem a uma simples reação a fatores causativos, não levando em consideração a capacidade interativa e interpretativa do homem.
Na teoria do interacionismo simbólico os significados dos elementos proporcionados ao homem não se restringem a fatores externos de influência, é através da interação homem-mundo que os significados são concebidos individualmente, já que cada pessoa pode interpretar o mesmo objeto de maneiras distintas. Para o interacionismo simbólico os significados são produtos sociais.
Essa teoria ainda traz um argumento interessante, que se baseia em relacionar os significados aos contextos de interação social. Com isso o interacionismo simbólico dá ao homem uma função negada pela sociologia e psicologia, a função de interpretar o mundo.
Em se tratando de grupos sociais essa teoria nos mostra uma interpretação diferente das ciências sociais no que tange aos estudos do comportamento dos indivíduos quando inseridos num grupo. Para o interacionismo a sociedade é constituída de indivíduos que interagem uns com os outros, fazendo com que essa interação fique equivalente a um processo interativo entre agentes e não entre fatores. Para Herbert um grave erro das ciências sociais é estudar a sociedade como um organismo autótrofo, que independe da interpretação individual.
Portanto a base da teoria do interacionismo simbólico encontra-se na defesa da existência de um processo dual de designação e interpretação, sendo o homem um agente autônomo, que interpreta o mundo de acordo com o modo com que o mundo e as coisas se indicam.

Comunicação e Indústria Cultural... Theodor W. Adorno

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - FAFICH
TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
PROFESSORA: MÍRIAN CHRYSTUS
ALUNA: LUANA ASSIS

Theodor W. Adorno, Comunicação e Indústria Cultural

Adorno descreve uma crítica sobre a “Cultura de Massa”, expressão por ele substituída por Indústria Cultural. Para Adorno chamar de cultura de massa o conjunto dos elementos que constituem a indústria cultural nada mais é do que um meio de os advogados de defesa da questão fazerem-na parecer inofensiva e artística.
Continuando sua crítica, o autor descreve o papel assumido pelo consumidor, ou melhor, delegado a ele, no cenário da indústria cultural: “o consumidor não é o sujeito dessa indústria, mas sim o seu objeto.”
Nessa perspectiva Adorno faz uma abordagem sobre os efeitos conformistas oriundos do processo de produção e disseminação de ideias fúteis e superficiais da indústria cultural, a qual é vista por ele como um parasita que se exime de qualquer consequência que venha ser gerada a partir de seus produtos.
Para o autor, considerar os efeitos da indústria cultural como inofensivos seria subestimar seu potencial e agir com ingenuidade. Adorno entende que a indústria cultural cerceia a liberdade dos indivíduos fazendo com que estes ajam como seres sem autonomia, incapazes de julgar e de decidir de maneira consciente.
 Por fim, Adorno define a indústria cultural como um algo onde a consciência é substituída pelo conformismo e constrói um imperativo categórico relativo a indústria cultural: “Tu deves submeter-se”.